- Juniores Masculinos
A época desportiva do plantel Júnior Masculino deve ser analisada e avaliada de acordo com a sua realidade, sendo esta muito descoincidente com os demais.
É do conhecimento geral que este foi o ano inaugural do escalão Júnior Masculino, realidade por si só significante de enormes desafios. Contudo, aliando-se o facto de tardiamente se ter iniciado a formação do plantel, da enorme indefinição dos locais de treino e respectivos horários e da carência de material desportivo em qualidade e quantidades suficientes, criaram uma perspectiva de enormes dificuldades para o decorrer da época e tal realidade acabaria por ser aferida.
A formação do plantel foi uma tarefa árdua, foram muitas as variáveis que impossibilitaram uma captação de elementos em quantidade suficiente e em qualidade significativa para construir um plantel competitivo. Vários foram os contactos estabelecidos com atletas e clubes de forma a angariar jogadores de qualidade técnica, táctica, com experiência e principalmente possuidores de competências sociais e humanas; todavia essas tentativas não possuíram o efeito desejado. Realço que facilmente é recordado por todos os membros envolvidos, os treinos de pré-época na Quinta do Covelo com apenas 3 atletas.
Ultrapassada a primeira fase da época, dar-se-iam início aos treinos de Pavilhão onde as indefinições foram surgindo a cada dia e a possibilidade de fazer um trabalho consistente, sólido e com progresso foi inexecutável.
Porém, apesar das dificuldades ao nível das infra-estruturas e dos recursos humanos o trabalho que estava a ser desenvolvido era gratificante e motivador pela evolução, entrega e carácter dos atletas. Surgiu então um dos pontos-chave da época, a tomada de decisão do nosso nível competitivo, assumimos entre nós atacar a 2ª Divisão Nacional do Campeonato de Juniores Masculinos.
Foi uma decisão difícil, assumimos um grande risco pois o nível competitivo era relevante, todos os nossos adversários já possuíam um plantel base dos anos transactos e com mais e melhores condições de trabalho. Esta decisão criou no decorrer da época muitas frustrações, desilusões, lágrimas e um grande sentimento de revolta e incapacidade em certos períodos, contudo hoje acredito que foi a melhor opção que todos nós adoptamos.
O contacto com uma realidade exigente permitiu criar atletas, com boa capacidade de trabalho (em certos casos até aos seus próprios limites), com uma mentalidade competitiva e humilde. Esse nível competitivo coadjuvou ainda a potenciar atletas com mais potencialidades técnicas e tácticas, com relativa experiência de jogo e maturidade competitiva.
Surgiu posteriormente uma competição de nível regional, a Taça de Encerramento da AAP, o desenvolvimento desta competição foi importante para preencher os níveis de confiança da equipa e nos próprios atletas individualmente. È inegável que o nível competitivo era inferior, porém permitiu repor algum sentimento justiça pelo trabalho realizado e permitiu uma relativa experiencia ao nível de jogo. Todavia, apesar de algumas vitórias bem conseguidas, a equipa nunca se conseguiu ultrapassar o que impediu uma vitória final na competição.
Por término é inegável que existiram atletas com uma margem de progressão da qual muito me orgulho, contudo não é possível avaliar esta época e referenciar que muitos atletas que foram surgindo não conseguiram acompanhar, outros deram inicio ao trajecto e foram desistindo e outros fizeram todo o trajecto mas não cresceram.
Em síntese, foi uma época de enormes dificuldades recheada de desafios e onde o resultado desportivo colectivo creio que foi o possível de alcançar, contudo o principal passo foi criado, existe uma base (existe uma identificação com a equipa e com o clube) e existem atletas com qualidade e principalmente com capacidade de trabalho, há por conseguinte uma boa margem de progressão para o futuro.
Os melhores cumprimentos,
Hugo Pereira - Treinador Juniores Masculinos
PS: O andebol não é uma época é um modo de vida.
Ao treinador e atletas deste escalão, e penso que em nome de toda a secção do andebol, os nossos agradecimentos pelo esforço, dedicação, trabalho e acima de tudo por nunca terem atirado a toalha ao chão e continuarem a dignificar o clube apesar de todos os condicionantes!
2 comentários:
Uma época onde todos que embarcaram nesta aventura e levaram o barco até porto seguro mostraram que são verdadeiros atletas, com personalidade e acima de tudo mostraram responsabilidade por envergar a camisola desta instituição, aos que, por um motivo ou por outro, abandonaram o barco a meio, dos fracos não reza a história.
Como treinador da equipa de Juvenis, senti que a formação deste escalão foi importante para que os meus atletas tivessem algo com que se identificassem, e na forma de trabalhar e na atitude tiveram claramente uma imagem a seguir. Não gosto de referir nomes, mas neste campo tenho que referir o Maria, que com a sua forma irreverente de estar nos treinos, jogos, em todo o lado, se bem que por vezes com algum (muito) exagero, serviu como ícone de liderança e como modelo, com as devidas adaptações, a alguns dos meus atletas.
A todos os meus parabéns, e procurem sempre ser cada vez maiores.
Ricardo Pereira - T. Juv. Masc.
Quase que me emocionava a ler isto!! ;)
Parabéns a todos por todo o esforço e dedicação. Percebo bem o que é ter um plantel reduzido e ter dificuldades em imensas coisas... Fica toda a vontade, querer, sacrifícios e dedicação que demonstraramatletas e treinador! Mas são todos estes momentos que referiste que todos vão relembrar com saudade, porque o andebol é exactamente isso que escreveste... um modo de vida!!!
E por isso é que andamos todos nestas andanças há tantos e tantos anos...
Mais uma vez parabéns pelo esforço e dedicação de todos.
Beijinhos,
Sara Gonçalves
(já que toda a gente agora se identifica assim...atleta senior e treinadora em licença sabática!! eheheh :P)
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